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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Iniciação á aerografia



Tutorial.

Pronto para começar?

O objectivo destes exercícios, é fazer com que o iniciante possa "sentir" o seu aerógrafo e perceber as suas funções.
Prepare a tinta (esta deve ter a densidade igual ao leite). Se for necessário, acrescente água para que a tinta fique na densidade adequada ao aerógrafo. Coe a tinta com uma meia de seda velha, e coloque no copo do aerógrafo. Use o seu compressor com a pressão regulada em mais ou menos 25 libras. Movimente o aerógrafo, sem encostar o braço na superfície a pintar.
Para os primeiros passos, utilizaremos tinta acrílica (que é solúvel em água) sobre papel, e um aerógrafo de dupla acção. Comece com exercícios bem básicos.
Note que o efeito da pintura é determinado pela quantidade de tinta pulverizada em relação à distancia que o aerógrafo está da superfície de trabalho.
Mantenha o aerógrafo a 90º em relação à superfície de trabalho. Quando você aperta o gatilho, o ar é libertado. Com o gatilho apertado, quanto mais você o puxar para trás, maior será a quantidade de tinta libertada.
Começe por pulverizar pequenos pontos. Mantenha o aerógrafo bem perto da superfície de trabalho (aproximadamente 3cm) e experimente dar alguns jactos de tinta. Se você libertar muito pouca tinta (puxar o gatilho só um pouco para trás depois de apertado) você produzirá pontos bastante finos. Se você puxar o gatilho muito para trás mantendo o aerógrafo perto da superfície de trabalho, você produzirá uma explosão de tinta que possivelmente provocará um erro!
Quando você conseguir dimensionar a quantidade de tinta (abertura do gatilho) para não borrar seus pequenos pontos, comece a praticar com linhas finas (linhas largas não irão aprimorar a sua técnica).
Mantenha o aerógrafo perto da superfície de trabalho e aperte o gatilho. Assim que o ar for libertado, puxe o gatilho levemente para trás e mova a sua mão firmemente em linha recta. Você produzirá um traço bem fino.
Faça vários traços paralelos descendo pela folha de papel com um movimento de "vaivém".



Os movimentos com o aerógrafo devem ser curtos, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, fazendo linhas uma abaixo da outra. A cada movimento, você irá repetir o processo de apertar o gatilho para libertar o ar, puxar o gatilho para trás para libertar a tinta fazendo o movimento, e depois de fazer seu movimento, interromper o fluxo de ar, e voltar o gatilho à sua posição inicial.

Comece com pontos, variando a distância entre o aerógrafo e o papel, fazendo pontos bem definidos de vários tamanhos. Em seguida faça as linhas. Vá testando o jacto, sempre mudando a distância e a abertura do gatilho para a libertação da tinta, até atingir um padrão de linhas finas, sem pontos que marquem o começo e o final do movimento. Feito isto, pegue uma outra folha de papel e encha-a de pontos aleatórios, unindo estes pontos em seguida com linhas finas, tal como mostra a figura em baixo.



Aqui você vai fazer rabiscos livres (figura em baixo)! Aperte o gatilho para baixo, e assim que for libertado o ar, puxe o gatilho levemente para trás e movimente o seu braço evitando "borrões" no começo das linhas. Brinque com seu aerógrafo, mudando a altura do aerógrafo em relação ao papel, e puxando o gatilho mais, ou menos para trás para obter variações na quantidade de tinta libertada, e nos efeitos conseguidos em seus rabiscos.



Para este exercício, usaremos uma régua de 30cm. Com um lápis (H2) faça 4 ou 5 linhas horizontais numa folha de papel (passe o lápis de leve sobre o papel), com uma distância de pelo menos 5cm entre cada linha. Segure então a régua um pouco afastada do papel e comece o movimento pelo lado esquerdo com o aerógrafo a uma distância de 5cm da régua. Na próxima linha, mude a distância entre o aerógrafo e o papel. No final, você pode tentar fazer uma linha uniforme sem o auxílio da régua.



Aprenda o mecanismo experimentando, sempre apertando o gatilho para baixo primeiramente para libertar o ar, e depois puxando aos poucos para trás, para libertar a tinta. Ao final de cada linha, retire a pressão do dedo sobre o gatilho para interromper o fluxo de ar e só então volte a posicionar o gatilho para frente. O iniciante vai cometer alguns erros até compreender bem o funcionamento do seu equipamento. Veja alguns erros cometidos frequentemente neste exercício e como podem ser corrigidos.



Este ponto (figura acima) foi feito com um jacto muito grande de tinta em relação à distância entre o aerógrafo e o papel, e por isso a tinta se esparramou para além do ponto.
A linha com os pontos nas extremidades é um erro bastante comum dos iniciantes. Para evitar os pontos nas extremidades da linha comece o movimento junto com a libertação da tinta (assim que o gatilho é puxado para trás, a mão se move).
Repare na existência de "pontos" nas extremidades das linhas. Este é um erro causado por um movimento inseguro das mãos. A mão não se moveu com regularidade no começo e no final das linhas. Assim que o ar é libertado, comece o movimento do braço e liberte a tinta, e ao final do traço suspenda a pressão sobre o gatilho para interromper o fluxo de ar e de tinta, antes de interromper o movimento do braço.



Este tipo de sujeira, pode ocorrer em decorrência de uma tinta pouco diluída (muito grossa), ou de um erro de regulação da pressão do ar (pressão muito baixa). Outro motivo possível, é sujidade na agulha ou no copo de colocar tinta.
Verifique se o aerógrafo está correctamente limpo. Experimente pulverizar outra cor de tinta para verificar se o problema não está na tinta que você está a usar.



Neste exemplo o problema é de sujidade no aerógrafo. Repare que o traço tem em torno de si uma névoa, produto de um desvio de tinta causado por alguma sujidade. Para se obter bons resultados com o aerógrafo é imprescindível que este esteja bem limpo e que as tintas sejam coadas antes do trabalho, para evitar a sujidade e o entupimento da pistola.



Não desanime! Cometa bastante erros e aprenda com eles! Uma vez que você já dominou os pontos e as linhas vamos fazer um exercício com um degradê bem suave.
Este efeito serve para dar à pintura feita com aerografia um resultado tridimensional.
A pistola agora deve ficar mais longe da superfície de trabalho (cerca de 15cm). Sobre a folha de papel faça jactos mais longos de um lado para o outro da folha com o mesmo movimento de "vaivém" utilizado para o exercício das linhas. Faça jactos com pouca tinta já que o efeito desejado é um degradê suave que tende para o transparente. Nunca se esqueça de que com o aerógrafo você sempre poderá adicionar mais tinta, mas você não poderá retirar eventuais excessos. Por isso daremos sempre preferência a jactos suaves, que você pode sobrepor quantas vezes forem necessárias, até obter a cor desejada.



Teste o jacto de tinta, e então pulverize levemente na parte superior da folha de papel de um lado para o outro. Quando este jacto de tinta já estiver seco, repita a operação desde o alto da página para fortalecer a cor na parte superior, e continue até o meio da página para criar os tons intermediários. Repita esta operação até conseguir um degradê homogéneo. Preste atenção para evitar que partículas de tinta se sobressaiam sobre as partes mais claras do trabalho. O efeito desejado é como o de uma névoa.



Note que na figura acima o exemplo do movimento da mão (figuras com a seta rosa) é representado por uma seta contínua, mas os seus movimentos serão sempre interrompidos a cada ir e vir, como explicado anteriormente.
Repita este exercício até conseguir um degradê suave e homogéneo.
O degradê é um efeito em que se consegue uma transição linear entre duas ou mais cores. No primeiro exemplo, apesar de usarmos apenas uma cor, a transição ocorre entre o azul e o branco.
Agora iremos fazer outro exercício de degradê, com mais de uma cor.

Comece com o aerógrafo a cerca de 15cm de distância da folha de papel e a partir do canto superior faça movimentos de um lado para o outro, trabalhando lentamente até a metade do papel (o mesmo movimento de "vaivém" do exercício anterior). Deixe secar, e sobreponha a pintura para fortalecer a cor na parte superior da folha, começando novamente os movimentos no alto da folha e descendo até conseguir uma transição linear da cor de tons mais escuros para tons mais claros. Troque a tinta do seu aerógrafo (no exemplo estamos a trabalhar com verde e amarelo) para amarelo.



Vire sua folha de papel em 180º e repita o procedimento anterior até obter na parte superior da folha um amarelo bem intenso, que vai clareando à medida que você se aproxima do meio da página. Os dois tons de cores irão se misturar suavemente no meio da folha de papel tornando a transição entre eles bem homogénea. Cuidado para não produzir traços definidos. O efeito esperado aqui é de "fumado" e não de linhas. Logo abaixo você pode confirmar o resultado esperado neste exercício, e um exemplo de como ficaria o exercicio acrescentando-lhe mais uma cor, neste caso o azul.

 

Um erro comum neste exercício é o aparecimento de linhas que denunciam o movimento das mãos. Veja na figura em baixo. O seu degradê deve ser feito de forma suave e lenta para que se consiga uma pintura homogénea. O aparecimento de linhas que denunciam o movimento das mãos, dificilmente poderá ser corrigido.



Nesta técnica, assim como em todas as coisas que se quer aprender, é fundamental que se faça os exercícios até atingir o padrão desejado. Se você puder aerografar pelo menos uma hora por dia, em muito pouco tempo estes exercícios já não oferecerão dificuldades. É fundamental uma intimidade bem grande entre o artista e seu equipamento de trabalho!

Exercício - Trabalhar com as cores básicas
Vamos propor aqui exercícios bem simples, partindo das cores básicas. Todas as cores podem ser obtidas a partir das três cores básicas (rosa choque, amarelo e azul), mesclando-as em percentagens diversas. O aerógrafo é ideal para este exercício, pela sua capacidade de criar degrades e mesclar as cores em diversas intensidades.
Para este exercício, as tintas devem ser transparentes. Vamos começar, descobrindo as várias tonalidades possíveis conseguidas com uma mesma cor. Com tinta azul, e auxílio de uma régua, faça alguns jactos paralelos em degrades. A seguir, cubra a metade superior do trabalho com uma tira de papel, e na metade inferior faça um jacto suave e homogéneo em azul.



Você pode ainda acrescentar alguns traços feitos ao acaso, a mão livre. Veja a quantidade de tons de azul resultantes desta experiência (figura em cima), conseguidos apenas através da sobreposição sucessiva de jactos de tinta.
Na próxima figura, pode observar-se exactamente o mesmo exercício, realizado em amarelo. A metade inferior do trabalho foi coberta com um jacto uniforme de tinta azul. Repare na gama de tons de verde conseguidos.



Exercício - Trabalhar com as cores básicas II
Neste exercício, mais uma vez as três cores primárias serão responsáveis pela obtenção de uma vasta gama de cores encontradas na natureza. Siga os passos a seguintes e execute você mesmo esta experiência.
Pegue um papel liso e trace um rectângulo. Com tinta amarela no aerógrafo, faça um jacto no centro do rectângulo, criando um efeito degrade nas laterais, tendendo ao branco (figura em baixo). Na parte central do rectângulo a tonalidade amarela terá a máxima intensidade.



Agora coloque no aerógrafo a tinta “rosa choque“. Comece pelo lado esquerdo, criando um degrade até atingir a região central do trabalho (figura em baixo). Sobre a região que estava branca, será obtido um “rosa choque” puro e intenso, e a medida em que a cor se sobrepõe ao amarelo, será obtida uma gama de vermelhos e alaranjados.



Repita a mesma operação com a cor azul, agora começando pelo lado direito. A medida em que o degrade de azul vai se sobrepondo ao amarelo, será obtida uma gama de verdes.



A figura em baixo, reproduz o exercício terminado. Observe a região violeta à esquerda do trabalho.
Esta cor foi obtida com um jacto degrade de azul sobre o "rosa choque".



É importante que cada cor seja aplicada de forma a fazer um degrade, ficando intensa em alguns pontos e clareando à medida que se afasta de sua parte central. Desta forma a sobreposição das cores resultará num efeito "arco-íris", com todas as cores representadas.

 
Para ampliar ainda mais a gama de cores conseguida neste exercício, experimente fazer um jacto suave com a cor branca na metade inferior do trabalho (figura acima esq). Mais uma infinidade de tonalidades serão conseguidas.
A mesma coisa pode ser feita com um jacto de tinta preta (figura acima dta). Faça estes exercícios e descubra que com poucas cores você pode fazer trabalhos de um colorido imenso com seu aerógrafo.


Aerografar a mão livre é a base técnica essencial para trabalhar com o aerógrafo. Você deve pulverizar a tinta com atenção e produzir diferentes resultados alterando o jacto de ar, a quantidade de tinta e a distância da área de trabalho.
Trabalhar apenas a mão livre, é bem mais rápido (se comparado ao trabalho com uso de máscaras) e você consegue efeitos "bem reais" nas imagens, mas em contrapartida, é impossível conseguir contornos bem definidos e detalhes pequenos.
A chave para trabalhar bem a aerografia, é dominar a técnica de pintar a mão livre, para então poder trabalhar com segurança sobre os moldes.
Por isso, antes de partir para a "arte das máscaras", não deixe de fazer os exercícios sugeridos anteriormente até conseguir dominar bem os jactos de tinta produzidos a mão livre. Quando você estiver preparado para o trabalho com máscaras, estes mesmos exercícios (pontos e linhas) serão usados antes do seu trabalho como um aquecimento para as mãos, e também para verificar se o aerógrafo está respondendo bem às necessidades do trabalho, se está bem limpo, se a pressão do ar está correcta e etc...
Vencida esta etapa de exercícios você já estará bem familiarizado com o aerógrafo. Um segredo para o sucesso desta técnica é fazer o trabalho lentamente. Não comece por soltar logo uma explosão de tinta, isso destrói a finalidade do aerógrafo que é conseguir um efeito "soft" e gradual das cores. Depois de se sentir bem confortável com o aerógrafo você vai passar a fazer exercícios mais sofisticados, tais como o uso de máscaras (moldes) e a construção de formas geométricas tridimensionais.

Wink
Abraço e boas pinturas!

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